Roubos Legalizados e sem Consciência

Rev. João Duarte, 27 Fevereiro 2000.

"Não furtarás." (Êxodo 20:15)

 

Quem rouba comete um pecado contra o seu próximo e contra a lei de Deus. Geralmente, o crime do roubo é cometido por pessoas, com necessidade ou, infelizmente, por maldade. Ninguém gosta de ser roubado. E, muito menos, quando o roubo é feito às descaradas e, não há nada que a pessoa possa fazer, porque as leis do governo protegem os criminosos.

Os roubos que vou descrever são experiências pessoais, com as quais, talves, os leitores poderão identificar, porque, possivelmente, elas também já lhes aconteceram. Quem diria que o governo roubaria os seus cidadãos. Mas é isto mesmo que tem acontecido e está acontecendo, não somente neste país, mas em todass as nações. Há uns quinze anos atrás, quando vivia nos Estados Unidos, fui roubado na praia, não por um criminoso, mas pela própria polícia. Eu tinha pago a licença para apanhar marisco nas praias do Cape Cod, do Estado de Massuchetts e, por conseguinte, decidi apanhar um certo tipo de marisco numa das praias. Enquanto estava apanhando Soft Clams (Conchas macias) na praia, eu notei um carro da polícia parado e dois policias estavam sentados no carro, olhando para mim. Mas, como eu tinha pago a minha licença e a minha consciência sentia-se tranquila, continuei a encher o balde com satisfação. No fim do meu trabalho, quando já estava a pensar como seria gostoso comer o marisco, os dois polícias sairam do carro e aproximaram-se de mim. Primeiro, perguntaram se eu tinha a licença e eu disse que sim. Depois perguntaram, se eu não sabia que estava infringindo a lei apanhando aquilo tipo de marisco naquela praia. Eu, um bocado confundido, disse que não sabia. Aparentemente havia restrições no tipo de marisco que se podia apanhar. O propósito de tais leis era para que as praias não ficassem esgotadas. Eu concordei com o cuidado do governo em controlar a quantidade do marisco que se podia apanhar e pedi desculpa à polícia de não ler com atenção os papeis da licença. Também lhes disse que poria o marisco todo para dentro da areia para que se pudesse multiplicar e, mais tarde, outros pudessem ter o privilégio de apanhar as conchas macias. Mas, qual foi o meu espanto quando os dois polícias não concordarem com a minha sugestão! Ao invés, eles insistiram que lhes desse o balde cheio do marisco. Quando lhes dei o balde, eles foram-se embora e deixaram-me sózinho na praia de boca aberta, pasmado, ao ver os representantes de governo a praticar uma injustiça. Sim, é verdade que, na minha ignorância, estava transgredindo a lei. Mas, a polícia que sabia a lei fez ainda pior: roubou-me o balde que tinha comprado e, sabendo que aquele marisco devia ficar naquela praia para se mulplicar, levou-o para sua casa para comê-lo. Fui roubado às descaradas e não podia fazer nada porque o governo legalizou estes polícias para que eles fossem o braço da lei. Se eu acusasse a polícia de ser injusta, ela me condenaria porque eu tinha apanhado marisco numa praia proibida.

Quantos vezes o leitor tem sido multado injustamente? Não foi há muito tempo que fui a um departamento do governo para substituir o cartão do OHIP para a minha filha. Eu procurei arranjar um lugar para estacionar o carro legalmente, mas não havia nenhum. Por fim, estacionei o carro numa rua onde eu sabia perfeitamente que estava sujeito a ser multado. Mas, o que é que eu podia fazer? O governo não providenciou estacionamento para os carros. Quando voltei para o carro lá estava uma multa de quarenta dólares. Embora contrariado, fui obrigado a pagá-la, o que, a meu dever, foi um roubo legalizado pela lei. Afinal, quem está a sustenter esses polícias são os bons cidadãos que pagam as Taxas. Mas, no fim, esses polícias, em vez de fazerem o trabalho de apanhar os verdadeiros criminosos, castigam os inocentes que estão a pagar os seus grandes salários. Se o cidadão recusa pagar este roubo, ele é punido pela lei. E é deste modo que, milhões de dólares roubados, com a benção da lei, entram todos os anos nos cofres do governo. A Bíblia condena tais injustiças dos governos com as seguintes palavras: "Ao povo da terra oprimem gravemente, e andam roubando, e fazem violência ao aflito e ao necessitado, e ao estrangeiro oprimem, sem razão."

Os dentistas são outros profissionais que se protegem debaixo da lei e roubem os inocentes às descaradas. Há uns tempos atrás, a minha esposa foi a um dentista porque lhe doia um dente. Ele disse-lhe que precisava fazer um Root Canal (Canal da Raiz). Ela viu logo que o custo iria ser avultado e avisou-o que não tinha nenhum seguro de sáude para pagar as despesas. E, ao mesmo tempo, perguntou-lhe quanto custaria o trabalho. O dentista disse-lhe: "entre 500 a 600 dólares". Ela, como não podia parar com as dores, submeteu-se à consciência dele. Depois de menos de duas horas de trabalho, ele teve o descaramento de aplicar com a conta máxima de 600 dólares. A minha esposa ficou revoltada, mas teve que pagar o dinheiro porque, se o não fizesse, ela é que ficaria a ser a criminosa em vez do dentista. Perguntamos nós: Será que um trabalho de duas horas vale 600 dólares? Pois claro que não!

Os mecânicos talvez sejam os piores ladrões dos profissionais. Contudo, antes de continuar, quero dizer que nem todos os mecânicos são ladrões. O nosso coloborador do jornal, António Santos Vicente, escreveu um artigo algumas semanas atrás intitulado, A Emission teste dos carros...e os oportunismos, descrevendo como certos mecânicos sem consciência roubam os fregueses com a benção da lei. Eu achei o artigo interessante porque sou testemunha de várias experiências em que quase fui roubado por tais bandidos e, em outras, fui mesmo roubado. Um dia fui a um mecânico e perguntei-lhe quanto levaria para arranjar um problema no meu carro. Ele disse imediatamente que seria 200 dólares. Eu achei o preço excessivo para o trabalho que tinha a fazer e desculpei-me dizendo que iria pensar no assunto. Ao sair daquela garagem fui a outro mecânico perto de casa e perguntei-lhe quanto ele levaria por fazer o mesmo trabalho. Qual foi a minha surpresa que o homem disse 20 dólares.

Quando vivia nos Estados Unidos eu tive um problema na transmissão do meu carro. O óleo estava vertendo e as mudanças não mudavam. Eu perguntei a um mecânico amigo o que devia fazer e ele aconselhou-me a ir a uma garagem do Mr. Transmission. Quando lá chegei, disseram para deixar o carro por uma hora enquanto eles faziam alguns testes. A minha esposa e eu fomos dar uma volta e quando voltamos o dono da garagem nos levou para o seu escritório. Pediu-nos com gentileza para nos assentarmos enquanto ele descrevia os sérios problemas que o carro tinha. No fim de tanta conversa eu fiz a pergunta mais importante: Quanto é que vai custar o trabalho? O homem muito sério deixou cair a bomba: 800 dólares. O meu coração quase que parou. O carro tinha sido comprado em segunda mão por 1.000 dólares e este mecânico apresentou-me com uma conta quase igual ao valor do carro. Nós dissemos-lhe que iríamos pensar no assunto e saímos tristes da garagem. Aquele homem, o qual não tinha consciência alguma, não sabia que, naquela altura, tinhamos no banco menos de 500 dólares. Nós oramos a Deus e pedimos que nos auxiliasse a resolver este problema. Eu decidi voltar ao mecânico que era meu amigo e que, por acaso, pertencia à nossa raça. Digo que pertencia à nossa raça, porque, às vezes, infelizmente, são ainda piores do que os outros. Contei-lhe o assunto, mas não disse nada acerca das nossas finanças. Ele quando ouviu que o outro queria levar 800 dólares ficou surpreendido e pediu-me para deixar o carro com ele. Na minha presença ele mostrou-me que o problema não era nada do que o outro tinha dito. O meu amigo arranjou o carro em meia hora e levou-me 50 dólares. Não podem imaginar a gratidão que eu senti para com ele e para com Deus, o qual me livrou, de ser roubado. Aquele carro durou mais de cinco anos e nunca mais teve um problema com a transmissão. Vejam como não há consciência. Infelizmente há mecânicos que se aproveitam da necessidade e ignorância do seu próximo e roubam à descarada. Eles fazem isto porque a lei do governo permite tais coisas. Graças a Deus que em Toronto achei um mecânico honesto, embora possa haver outros. Se alguém que está lendo este artigo e tiver algum problema com o seu carro, pode telefonar, se quiser, para Rui Rodrigues (416-535-9565).

Sim, estes exemplos que acabou de ler e outros que o leitor conhece nos mostram que há muita injustiça que é feita sem consciência e com a protecção e bênção do governo. Mas, embora estas pessoas possam enganar os outros, elas não poderão enganar a Deus. Tudo o que é feito em segredo será revelado no dia do juízo. Em Romanos 14:10-12 lê-se o seguinte: "...Pois, todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor: que todo o joelho se dobrará diante de mim, e toda a língua confessará a Deus. De maneira que, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus." Portanto, todo aquele que tema a Deus desvia-se do mal.